terça-feira, 29 de julho de 2014

(De)bate-papo com Dilma Rousseff

Em quase uma hora de conversa, a jornalista Renata Lo Prete entrevistou a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, para o programa GloboNews Eleições, do dia 11 de julho. O bate-papo foi mais parecido como um monólogo da autoridade nacional, em conjunto com a falta de pulso da jornalista que, logo na primeira pergunta, liberou aproximadamente sete minutos para que a presidente divagasse sobre planos e feitos eleitorais. A pergunta era: “Qual a senhora considera ser a marca dos seus quatro anos de governo?”. A resposta foi uma extensa comparação com outros períodos políticos do país, bem como com a situação política de outros países, sempre favoráveis ao Estado brasileiro.
Inclusão social e digital, infraestrutura, agronegócio e economia foram pontos discutidos na entrevista pouco debatida, visto que Renata Lo Prete demonstrava-se acuada, fazendo poucas interferências à autoridade. Dilma comentou sobre os planos de dar continuidade às mudanças sociais as quais o país passa atualmente.De maneira previsível, o programa “Minha casa, minha vida” foi enfatizado como um dos grandes avanços do Brasil para a superação da miséria. O programa “Mais médicos” também foi citado pela presidente.
Sem perguntas que a desafiassem, Dilma fez bom uso da fala e, mesmo quando não questionada, aproveitou para fazer propagandas e dizer suas intenções positivas para mais quatro anos sob o comando do país. Os gastos com a Copa do Mundo também foram tema para um dos questionamentos de Lo Prete. A presidente, como esperado, se defendeu expondo quantias aplicadas em investimentos na saúde e na educação brasileira, durante seu governo.
Entre perguntas mal realizadas e respostas bem planejadas, frente a frente, Renata Lo Prete e Dilma Rousseff conversaram como colegas e pouco contribuíram para esclarecimentos de dúvidas e questionamentos sobre os quatro anos de governo da petista.

Mesmo na Globo, candidato do PSDB não se sente em casa

Como primeiro convidado do GloboNews Eleições, o senador Aécio Neves (PSDB) foi o entrevistado pela jornalista Renata Lo Prete, no dia treze de julhohttp://globotv.globo.com/globonews/globonews-eleicoes/v/globonews-eleicoes-renata-lo-prete-entrevista-aecio-neves-primeiro-bloco/3418164/ . Concorrente à Presidência da República, o candidato da oposição não teve sorte na sexta-feira treze de entrevista. Com perguntas sobre austeridade fiscal, mensalão e distribuição de energia, Renata Lo Prete deixou muitas vezes o senador sem graça, e com pouca argumentação nas respostas.
Mostrando-se mais firme e menos flexível ao entrevistado, quando comparada à entrevista com a presidente Dilma Rousseff, a jornalista Renata Lo Prete fez várias interrupções ao senador que, aparentou estar incomodado e desconfortável. Aécio iniciou afirmando que a base de seu governo será a retomada do ciclo econômico, bem como a liberdade de imprensa e a política fiscal com maior transparência.
O senador estava mais para advogado de Fernando Henrique Cardoso, do que candidato à Presidência. Ele afirmou que grande parte dos resultados positivos da administração petista foi graças a políticas aplicadas desde o governo FHC. Mensalão, programas sociais, inflação e redistribuição de cargos comissionados também fizeram parte do discurso pouco convincente de Aécio Neves.
Em muitos momentos, tentando esconder que se sentia perdido em meio a questionamentos astutos de Renata Lo Prete, o senador comprovava em rede nacional que não estava preparado para responder friamente às indagações da repórter. Pressionado pela jornalista, o candidato do PSDB não sentiu a recepção calorosa, geralmente, oferecida a membros de seu partido na emissora.
Na sexta-feira treze, a GloboNews ainda parecia estar sem um posicionamento de qual o candidato que teria seu voto. Ao final da entrevista, apesar de aparentar amadorismo na disputa pelo cargo, quando questionado, Aécio não hesitou em afirmar que a presidência não é apenas seu desejo, como também seu destino.

Quero mais Curitiba!

Dia 27 de junho de 2014. Last Day! Último dia de vounteer não foi fácil para ninguém. Ajudar a encaixotar coisas, tirar as últimas fotos, pegar presentinhos que sobraram por ali, e pisar pela última vez na Arena da Baixada, minha casa durante esses 20 dias.

Levei meu fichário para que todos pudessem assinar, e eu me lembrar de cada pessoa que mudou minha vida nessa Copa do Mundo. Fomos almoçar no Shopping, todos juntos, para depois irmos à casa da Siumara, voluntária que cedeu o salão de festas de seu apartamento para fazermos nosso derradeiro churrasco.

Chegamos lá às 17h. A ficha caiu. Eu, que não derramei uma lágrima ontem, hoje não me segurei ao ter de dar tchau a um dos meus melhores amigos desse período, e uma das pessoas mais contagiantes que conheci. Solucei de chorar. Tiramos muitas fotos e, a cada despedida, o coração ficava mais apertado pedindo para que aquela noite pudesse durar por mais muito tempo.

Brindamos, conversamos, e deixamos claro que aquele não seria nosso último encontro. O último churrasco, o último dia, com certeza um dos que eu mais vou me lembrar para sempre. A energia da galera é incrível, cada um tem uma qualidade em especial, cada um vai fazer falta em determinado momento na minha vida.


Nossa, são tantos que é difícil citar um por um e, mais difícil ainda, saber que estarei longe deles,que já têm um pedaço do meu coração. Quero mais copa,mais Curitiba, quero mais momentos assim!










Dia 16 - Último macth day = eu quero mais Copa!

Dia 26 de junho de 2014. Rússia versus Argélia, um dia resumido em aperto no peito, lágrimas, palavras bonitas, trabalho puxado e muito amor. No jogo mais válido dos quatro acontecidos na arena, Rússia precisava da vitória para passar às oitavas, Argélia precisava do empate. Trabalhei na tribuna novamente nesse jogo. Subimos às 13h30, o jogo era às 17h. Consegui dar uma passeada pela praça onde peguei mais alguns broches para minha credencial. Tirei fotos com falsos russos, que na verdade eram brasileiros fantasiados. O clima no centro de voluntários era maravilhoso nesse último match Day. Mesas do refeitório lotadas, o CD do dia era de Seu Jorge, emoção em cada sorriso e cada bom dia que eu recebia e fornecia. 

Hora da partida. Muitos repórteres que só falavam em francês e mesmo assim entendiam meu olhar disposto a ajudá-los. A torcida argelina estava incrível, levaram até sinalizadores, cantavam “1,2,3, VIVA ARGERIE”, e junto aos 11 jogadores empataram a partida, eliminando a Rússia do Mundial. Um torcedor conseguiu ultrapassar a barreira de Stwearts e abraçar um dos jogadores em plenos acréscimos do segundo tempo. O juiz paralisou a partida e finalizou o jogo. Teve jornalista que quase me abraçou de emoção. Ganhei mais um broche de um repórter uruguaio, estava feliz. A vitória da Argélia foi minha vitória, e a emoção era pelo último apito final que ouviria ao vivo nessa Copa. 

De volta ao SMC, fui convocada a fazer meu último mag and bag, que me privou da diversão de fotos conjuntas no gramado da arena. Às 22h tivemos nosso último briefing com Leo e Manu, e com todos os voluntários de operações de imprensa. O clima era, inevitavelmente, duro e de despedida. Presenteamos os estrangeiros do grupo, que nos proporcionaram palavras incríveis. Ouvimos o agradecimento de nossos coordenadores. Abraçamos. Choramos. Sentimos a dor que nos esperava. Vimos a necessidade de uma recuperação pós-copa. 

Bom, depois disso subimos no centro de voluntários, onde estava tendo a festa da Budweiser para nós. Mas quando digo “nós”, devo excluir os voluntários de mídia, que ficaram trabalhando até 23hr e não chegaram a tempo da festa, o que não fiz a mínima questão, pois estava bem lamentável. Bom, saímos de lá, como família que somos, e fomos numa churrascaria, comemos bem, nos divertimos e marcamos o churrasco de amanhã, o da despedida final. 






Dia 15 - PCR e último MD-1

Dia 25 de junho de 2014. Mais um Match Day – 1. Hoje participei da Press Conference da Argélia. Quem falou pelo time foi o técnico. Nunca tinha participado de uma coletiva antes, foi bem tranquilo, e tudo em francês. Nesse dia percebemos a dificuldade que teríamos com os argelinos que, em sua maioria, só compreendiam o francês. Os russos falavam inglês normalmente, então o contato era mais fácil. Porém, um defeito deles é com a higiene. Foi difícil conviver com a maioria dos russos que pareciam não tomar banho há dias. Saí da Arena às 18hr com a dor no coração que será comparecer amanhã ao último Match Day. 



Dia 14 - Vitória da Colômbia e O Barba!

Dia 24 de junho de 2014. Mais um dia de folga com direito a jogo da Colômbia e muita festa. Fiquei a manhã toda em casa e às 17hrs fui ao Bar do Colombiano com meus amigos de lá, torcer pelo país latino-americano e dar boas risadas com a torcida animada que está aqui no Brasil. 

Depois do jogo, fomos todos ao Barba, é tipo uma sanduicheria de Curitiba. Comi um chamado Mary Read, uma delícia de lanche com batatas fritas e molho barbecue. A cidade está repleta de australianos e lá não foi diferente. Os animados polacos estão em todos os lugares, mais animados que nunca e pulando como seus cangurus. Pessoas muito gentis, bacanas e de alto-astral. 

A convivência com diversas culturas, das mais variadas, me faz amadurecer meu pensamento e a aceitar cada vez mais as pessoas como são, além de enxergar a importância do ser humano em geral. Estar longe de casa me fez mais humana. Chegar em uma cidade sem conhecer ninguém é difícil, imaginar que você fará amigos para toda a vida, é impossível, e foi isso que aconteceu comigo na melhor Copa do Mundo. 

Sou londrinense e afirmo que Curitiba recebeu os turistas de braços abertos e cada voluntário pôde se sentir em caa, mesmo estando muito longe da terra natal. Estou fazendo parte da equipe de Operações de Imprensa de Curitiba e, com os 62 voluntários da minha área, aprendi porque "carinho inspira carinho". Ao receber uma garrafa de água, ao cruzar olhares fraternos, ao ganhar abraços acolhedores, ao sentir-se em família, ao ajudar e ser ajudado em funções midiáticas, ao ser elogiado por um jornalista, ao elogiar as outras áreas que fazem a Copa acontecer... 

Dia 13 - Espanha x Austrália e muita festa no Largo da Ordem

Dia 23 de junho de 2014. Hoje foi o dia de mais um jogo, Espanha x Austrália. Dentre os jogos, foi o com nível técnico melhor, mesmo sendo apenas cumprimento de tabela. Pude ver o Pique e Fernando Torres, além de todos os jogadores australianos e espanhóis bem de pertinho. Fiquei na tribuna novamente, e consegui ver o jogo todo. Dessa vez, ao invés de frio, passei muito calor. Como só temos blusas de mangas compridas, foi tenso, mas valeu à pena. 

O dia foi especial, chegando na arena, além de ganhar o match visa for volunteer e a sacolinha com comidinhas pro dia todo, ganhamos também o Fuleco! Um bonequinho a coisa mais linda, tirei foto com o fuleco de verdade, e hoje almocei às 16h, ou seja, o dia foi pegado. Mas foi ótimo. 

Saindo da Arena às 19h, fomos todos conhecer o Largo da Ordem, que há muito eu tinha vontade. Fomos no bar do alemão, no chafariz e acabamos parando na Villa Bambu, lugarzinho simpático e com muitos gringos. Interagimos com a maioria deles, e foi bem bacana treinar o inglês e o espanhol. 

Me divirto muito com o pessoal de mídia, e cada vez tenho mais medo da saudade que sentirei disso tudo. Fiquei sabendo que na quinta teremos um festa exclusiva no nosso centro, com patrocínio da Budweiser, muitas comida, bebida e show de brindes. Cheguei em casa lá pela uma da manhã e amanhã tenho dia de folga! 




Dia 12 - Friozinho e descanso.

Dia 22 de junho de 2014. Mais um match Day -1, dia tranquilo, de frio e de tentar descansar um pouquinho em casa. Fui para o trabalho só às 14h, em compensação, ficaria até às 23h, mas como o SMC estava sem muito movimento, às 21h já estava em casa, pronta para tomar um banho e descansar. 

Dia 11 - PARTY HARD!

Dia 21 de junho de 2014. Match Day +1 é sempre bem parado, e hoje não foi diferente. Além do frio que resolveu aparecer em Curitiba, nada demais. Fizemos as funções normais de todo dia, mas no shuttle tive a oportunidade de matar minha curiosidade sobre uma bateria que eu ouvia tocando perto da Arena. É a torcida organizada do atlético, a Fanáticos. Não me contive e fui ver como era a festa que fazem todos os sábados no período da tarde. Coisa linda, muitos tamborins, surdos e caixas, me senti em casa e com uma vontade enorme de sair sambando para todos os lados. Fiz um vídeo, tirei fotos e fiquei encantada com o pessoal que estava lá. 

Depois do expediente decidimos aproveitar o sabadão. Nos reunimos na casa do Henrique para encontrar o pessoal que estava no Bar do Alemão. Lá pelas 21h estávamos todos na casa dele e, de quebra, um americano chamado Clint que é muito gente boa e bateu o maior papo comigo. 

Saímos da casa dele decididos a ir para a Shed, balada sertaneja daqui de Curitiba. Chegamos tarde e não tínhamos mais como entrar. Fomos para o Burguer King e chamamos uns australianos que estavam por ali para conversar com a gente. Foi engraçadíssimo e são esses dias que eu levarei para sempre na minha memória. O Henrique também é voluntário de mídia, e o que nos fez ser Fucking Awesome essa noite foi o fingimento para uns colegas dele, de que eu não era do Brasil, e de que eu não falava português. Uma das coisas mais engraçadas da noite. 

Depois do Burguer King fomos pra fila da Sheridan’s, um pub da Batel, estava muito frio e a fila muito grande, uns foram embora, mas eu firme e forte entrei para conhecer o local e conhecer os gringos que por ali estavam. O bar parecia que não era brasileiro, do tanto de estrangeiro no lugar. Foi muito legal, estávamos só em meninas, passamos no Au-Au depois e, concluindo, cheguei em casa lá pelas 5h30 da manhã. Awesome! 




Dia 10 - Honduras x Equador

Dia 20 de junho de 2014. Hoje a partida foi entre Honduras e Equador. Fiquei na parte da Tribuna, que é onde todos os jornalistas sentam para comentar, ver e escrever sobre o jogo. Assisti o jogo todo e pude sentir a emoção dos Ecuatorianos que deixaram uma energia incrível na Arena. Era demais ver a torcida gritando “Sí, se puede”,  e poder sentir a mesma vibe que eles. Equador invadiu Curitiba e mostrou toda a sua alegria em azul, amarelo e vermelho. Foi lindo demais. Na saída do Estádio, eles estava por todos os cantos, ainda alegres e contentes pela vitória sobre Honduras. 

A Raquel e a Giovanna vieram para Curitiba e então fomos a um restaurante chamado Kharina, que tem pratos e sanduíches deliciosos. Foi ótimo ter gente por perto, gente de sempre, sabe? Poder conversar e colocar o papo em dia, e principalmente saber que já estou mudada, e que é pra melhor. A saudade agora bateu um pouquinho mais forte, mas tenho pessoas incríveis aqui, que me acolheram tão bem, fazendo parecer que estou em casa, com meus amigos de anos, e com pessoas que gostam realmente de mim. Curitiba já meu lar, e eu amo estar aqui. 



Dia 9 - Folga = Visita à Pg1 + Churrasco

Dia 18 de junho de 2014. Hoje foi dia de folga de Copa, mas foi dia de conhecer a sede da Pg1 aqui em Curitiba. Amei. Saí de casa lá pelas 9hr e fui de taxi até lá, voltei de taxi também, após conhecer todo o pessoal lá da agência. A maioria é de mulheres, todos me receberam muito bem. A coincidência foi que bem nesse dia, estava marcada a reunião dos shoppings, que geralmente participo por Skype. Participei pessoalmente dessa vez da reunião, e pude conhecer todas as pessoas com quem coverso apenas por email. O ambiente é muito agradável, quando cheguei estavam em plena ginástica laboral, com uma música divertida e estimulante. Foi uma delícia. 

Voltando do passeio à casa curitibana, fui me arrumar pois foi dia de festa. Hoje fizemos um churrasco com todo o pessoal de mídia, e alguns voluntários agregados, foi noite de comemorar o bom trabalho e de demonstrar o carinho que temos uns pelos outros. Todos os espaços estavam temáticos de acordo com a nossa função dentro do SMC da Arena da Baixada. 

Temos entre nós um chefe de cozinha que preparou comidas deliciosas, além do churrasco, teve doces feitos por ele e não posso me esquecer da novidade: Haribo! Imke é uma garota da Alemanha que tornou-se minha amiga no passar desses dias, quando a conheci disse para ele que sabia cantar a música dos doces Haribo, e não é que ela levou uma porção deles no churrasco? Todos uma delícia. 

Foi momento de diversão e inclusive nossos coordenadores compareceram, Rowelna, a chefe mor da FIFA, também foi. Bom pensar que em tão pouco tempo temos pessoas que gostam de verdade da gente ao nosso lado, o triste é pensar que tudo isso está passando muito rápido.  






Dia 7 - Irã x Nigéria!

Dia 16 de junho de 2014. Meu primeiro Match Day na Arena, minha primeira experiência com profissionais do mundo inteiro e com contato tão próximo com o mundo do jornalismo esportivo. Amei! Dessa vez não fiz parte de nenhum equipe fora do estádio, continuei na Welcome Desk atendendo os jornalistas e sempre com o sorriso no rosto. O dia foi intenso e pude ver um pouquinho como estava o jogo lá fora, a energia de torcida e o arrepiar ao ouvir o coro “Eu sou brasileiro, com muito orgulho e com muito amor”. Isso não tem preço, não tem nada que pague e essa experiência ninguém pode me roubar, estará para sempre guardado no meu coração e na minha memória, porque estou vivendo intensamente cada segundo que estou aqui. A foto é do nosso SMC, o Stadium Media Center, onde ficam todos os jornalistas e nós!  


Dia 6 - Agora eu sei que está valendo realmente à pena! 1º MD-1

Dia 15 de junho de 2014. O dia que eu me dei conta de eu valeu à pena vir para Curitiba. Hoje fui denominada como “HD do Welcome Desk”. Me virei praticamente sozinha na recepção de jornalistas de todos os cantos do mundo. A maioria de Iranianos e Nigerianos, mas conversei com ingleses, portugueses, alemães e brasileiros, que por sinal, alguns bem mal educados. Trabalhei com toda a papelada de entrada e recebimento de coletes, lockers e adaptadores, além de estacionamentos e tickets. 

Nosso contato é todo em inglês. A chefe da FIFA, que cuida do nosso setor é de Capetown, tem um sotaque carregado e só se comunica conosco em inglês. A escala não foi decidida por nós dessa vez, a Manuela se encarregou de colocar cada um em sua função, e o turno acabou sendo só um, o que antes fazíamos de uma em uma hora, passou a ser feito de sete em sete, ou oito em oito. O objetivo é otimizar o trabalho e especializar as pessoas em suas funções. Meta alcançada. 

Hoje foi Match Day – 1, com press conference e trainning de Ningéria e Irã ,tudo dentro dos conformes, segundo nosso coordenador, a equipe como foi montada está vencendo, temos de continuar assim. Acredito que amanhã eu volte para Welcome Desk. Conhecer jornalistas e aprimorar inglês e espanhol: OK! Hoje senti de verdade que essa experiência vai me fazer ganhar maturidade e crescer muito na minha vida profissional. Como dizem: AQUI É OPERAÇÕES DE IMPRENSA, PORR*!!!


Dia 5 - Trabalho e Karaokê

Dia 14 de junho de 2014. Hoje foi dia de trabalhar nas funções de Imprensa. De manhã fiquei na Welcome Desk, um dos lugares mais legais, onde você deve recepcionar todos os jornalistas, validando sua credencial, entregando media guide e bibs, mas o trabalho foi sossegado, pois os dias mais movimentados são Match Day, Match Day – 1 e Match Day + 1. Fui no pitch também, onde tiramos fotos, e na PCR, a sala de coletiva de imprensa, onde tiramos mais fotos. Também trabalhei no Shuttle e no Mag and Bag, que são o transporte de mídia, fazemos fora do estádio, e a verificação de credencial na entrada dos jornalistas. Conversei com um inglês e com um alemão, foi bem bacana, senti que estava começando o trabalho de verdade. 

Saí às 16h e fui para casa para encontrar a Célia, voluntária de saúde que agora mora comigo aqui no apart. Havíamos combinado de fazer alguma coisa, como de costume, então todos aceitaram ir a um Karaokê. Antes fomos na casa do Cassiano, um voluntário da minha área, prédio dele fica do lado do meu, praticamente, e é bem bonito e alto. Ficamos lá até umas 22h e depois fomos a pé ao Karaokê, onde nos divertimos muito! Eu cantei músicas em espanhol com uma garota da Colômbia, ela se chama Cristina e está me ajudando a aprimorar meu espanhol. Lá pela uma da manhã resolvemos voltar para casa, afinal , amanhã trabalhamos às 8h. 



Dia 4 - Dia tranquilo...

Dia 13 de junho de 2014. Hoje o dia também não foi nada movimentado. Trabalhei no Shuttle hoje, o transporte de mídia, mas nenhum jornalista chegou ao estádio enquanto eu estava lá. O dia foi novamente bem tranquilo, almocei na Arena e depois, no final de tarde, pós-expediente, fomos a um barzinho ali na frente para assistir ao jogo da Espanha versus Holanda. Tudo tranquilo. Voltei para casa e comi alguma coisa da Rua 24h, que fica ao lado do meu apartamento e, na realidade, não fica aberta 24 horas. Amanhã acredito que vai ser mais movimentado o trabalho, mas eu já estou adorando. Abaixo tem uma foto de onde era nosso posto no Shuttle, e uma foto da escala que fazíamos diariamente. 





Dia 3 - Fan Fest!

Dia 12 de junho de 2014. A vontade de trabalhar todos os dias é grande, mas hoje o coração brasileiro grita mais alto, e a folga que recebi para essa terça de abertura de World Cup veio na hora certa. Pulseira da Fan Fest em mãos, combinamos com o pessoal de irmos almoçar no Curitiba juntos. 

Depois do almoço fomos para a Pedreira Paulo Leminski. O lugar é maravilhoso, a estrutura que prepararam ficou ótima, telão de última qualidade e interação com o público.  Ganhei vários brindes do Itaú, Hiunday, Jhonson e Jhonson e Coca-cola. Todos de verde e amarelo, inclusive eu, que comprei um bandeira exclusivamente para o jogo. A cada gol a Pedreira parecia ser uma só, feita de brasileiros apaixonados pela sua nação, e o grito mais ouvido era “eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”! O momento do hino nacional foi emocionante, cada voz sabia que fazia a diferença naquele coro, e a vitória veio para comprovar que somos o país do futebol, e que TÁ TENDO COPA SIM. 

Depois do jogo, conheci uma rua curitibana que me lembrou muito o Barbearia de Londrina, vários barzinhos alternativos que dão uma galera bem diferente. Comi um pedaço de pizza em um dos estabelecimentos, custava 5 reais e dava para sustentar bastante, além de ser bem gostosa. Depois disso fomos na casa de uma voluntária, que por sinal é minha veterana, Deborah Vacari, amor de pessoa que nos recebeu com todo carinho. Lá conhecemos um pouco mais de cada voluntário. Acredito que nossos laços estão se estreitando, e eu estou amando isso tudo.


Dia 2 - Media volunteers - já somos uma família!

Dia 11 de junho de 2014. O trabalho pesado de ontem foi recompensado com a tranquilidade de hoje. Nossa coordenadora recebeu um email do chefe dela da FIFA, do Rio de Janeiro, agradecendo o trabalho dos voluntários de mídia, porque fizemos acontecer o que há muito estava para ser feito. As dores na panturrilha eram curadas aos poucos por cada elogio à nossa área. 

O pessoal é muito legal, saí às 20h nessa quarta, unimos uma galerinha para ir ao bar. No nosso grupo temos bastante estrangeiros, colombianos, alemã, japonesa, australiano, mexicano, é bem legal essa mistura e a vivência de um intercâmbio dentro do próprio país. O contato com outras línguas e outros costumes me dá cada vez mais a certeza de querer ganhar o mundo. O Brasil já é apaixonante pela sua miscigenação, o que me encanta a ideia de estar envolvida com o que há de mais diferente na Terra. Pudemos nos conhecer melhor no barzinho, e tive a certeza de que a partir do segundo dia de voluntariado eu já tinha um grupo de amigos, e a certeza também de que, alguns deles, vou levar para o resto da vida.

A novidade do jantar de hoje foi que ganhei uma pulseira para ir ao FIFA Fan Fest, um festival que é planejado para acontecer todos os dias de Copa nas cidades-sede. O Fan Fest é um evento com shows, stand dos patrocinadores, barracas de comidas e todos os jogos são transmitidos em um telão, para que a população que não pode ir ao estádio, possa curtir a Copa da mesma forma. Amanhã é dia de curtir um pouco mais do que Curitiba+Copa podem me oferecer. 



Dia 1 - Vida nova. Cheguei em Curitiba!

Dia 10 de junho de 2014. Meu primeiro dia de voluntária oficialmente credenciada pela FIFA. Sim, no dia 08 cheguei a Curitiba, conheci o território, na segunda, dia 09 fui fazer o credenciamento e  pegar o uniforme, que por sinal é a coisa mais linda! Todo azul, amarelo e preto, com uma estampa colorida em verde e rosa, bem Brasil. Enfim... dia 10 de junho! 

No primeiro dia de media volunteer fiz trabalho que não é da minha área, trabalhamos pesado arrumando as coisas da Tribuna, Pitch, Press Conference e SMC, esses todos são espaços em que os voluntários de Operações de Imprensa trabalham. Nossa credencial dá acesso à maioria do estádio, e isso é incrível. Conheci pessoas muito legais no primeiro dia. Tenho dois coordenadores, Manuela Biz que descobri ser minha veterana de UEL, e Leonardo Vinhas. 

Bom, depois de tanto trabalho e de tanto sobe e desce de escadas, o sentimento geral é de que vamos emagrecer até o final da Copa. Falando em emagrecer, temos um centro de voluntários onde fica nosso refeitório. A comida é bem gostosa, temos direito a quatro bebidas por dia, há sobremesa e pãozinho para acompanhar a refeição. No nosso centro, tem Playstation, mesa de ping pong, peabolin, puffs confortáveis para descansar, vestiário, banheiro, televisão, armário para nossos pertences, stands dos patrocinadores, enfim, é bem legal, pena que não consigamos passar muito tempo lá. Amanhã segue um novo dia.



quinta-feira, 22 de maio de 2014

Diário de um voluntário - Funday

Desde do meio de 2013 ando viajando para Curitiba, fazendo treinamentos online, tendo de tomar decisões complicadas, enfim, tudo isso em busca de um sonho: ser voluntária da FIFA na Copa do Mundo 2014. Depois de passar por vários processos seletivos, finalmente, há poucos dias recebi o veredito: Isabela você foi selecionada para participar como voluntária da Copa 2014, na Área de Imprensa da Arena da Baixada. Nem parece verdade que daqui duas semanas estarei partindo para uma das viagens que mais me fará amadurecer na vida. Moro em Londrina com meus pais e nunca saí de casa para passar mais de uma semana longe. Em Curitiba dividirei um apart hotel com outra voluntária, terei de me virar para comer, para me locomover e para viver. O desafio está mais que aceito e eu embarco nessa aventura com sorriso no rosto! 

Depois de ter passado pela dinâmica de grupo em outubro de 2013, fui novamente para Curitiba em março para a entrevista presencial e, semana passada, fui outra vez para o Funday. O funday é um dia para que nós conhecêssemos onde íamos trabalhar, conhecer o COL, os outros voluntários e tirar as principais dúvidas.  O Funday começou às 10hr e foi até às 15h30. Somos em 1200 voluntários para Curitiba, entre STS, mídia, transporte, waste, credenciamento, ticketing, e por aí vai... desses 1200, 120 sou estrangeiros, o que é bem bacana. Logo no começo do funday encontrei uma veterana minha que já havia trabalhado na Copa das Confederações e uma senhora americana. Ganhamos pulseiras que nos dividiram em grupos, a minha era verde. Depois de uma breve apresentação, em que o nome de todos os voluntários apareceram em um grande telão, fomos fazer um tour pelo estádio, que ainda estava sendo reformado. Conhecemos tudinho e voltamos para as arquibancadas. Tivemos três palestras dos patrocinadores: Mc'Donalds, Johnson e Johnson, e Itaú, que fez um joguinho bacana de alternativas com o pessoal. O Itaí sorteou vários Fulecos e bolas, infelizmente não ganhei. Mas todos ganhara do Mc'Donalds alguns vales e um cartão-desconto. 

Após a palestras, todos famintos. Finalmente fomos liberados para o almoço. Conhecemos então o centro de voluntários, onde vamos almoçar ou jantar, passar o tempo, ouvir uma música ou descansar. Lá tem puffs, música e disseram que vai ter mesa de ping-pong também, pra diversão nas horas vagas. O almoço estava bem variado e gostoso, tinha várias saladas, arroz, feijão, macarrão, almôndega, frango assado, farofa, pãozinho, de sobremesa, banana, pudim de morango, e também podíamos pegar uma coca. Todo voluntário também tem direito a três garrafinhas de água por dia e um refrigerante. É tudo descartável, dá até dó porque são plásticos bons que poderiam ser utilizados novamente.A comida está aprovada. Ela é bem leve, estou com medo de passar fome, pois não podemos levar nada de comida dentro da bolsa. Mas acho que sustenta sim. 

Depois do almoço, ouvimos mais um pouco os coordenadores. Vimos quais peças vêm no uniforme, descobrimos que o transporte público é de graça para voluntário, assistimos uns vídeos e fim, fui para o apart hotel. É muito bom e confortável. É limpinho e super bonito. Fica há dez quadras da arena, tem uma rua ao lado que tem vários restaurantes, um colégio em frente, uma padaria na esquina, e tem shopping perto também. Eles fazem limpeza o quarto 3 vezes por semana e trocam roupa de cama e de banho, tem ar condicionado e duas TVs, ou seja, estou feita. O duro vai ser ficar longe da família, mas estou preparada para amadurecer e aproveitar ao máximo a melhor Copa de todos os tempos. Vamos todos em um só ritmo! 








terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Repressão e civilização

Sociedade, vivendo entre a falsa satisfação e o desejo reprimido

A sociedade é composta por cidadãos que, sob uma série de regras e deveres, formam uma civilização, ou seja, determinado estágio de desenvolvimento cultural, que pode ser verificado observando-se as técnicas dominadas, relações sociais, crenças, fatores econômicos e criação artística, por exemplo.
Para muitos pensadores, a civilização é construída sobre uma renúncia ao instinto, pela opressão e pela não satisfação dos indivíduos. De acordo com Freud, o mal-estar da civilização está no fato da transformação e uso do princípio do prazer para o princípio da realidade. O cidadão se deu conta, incorretamente, de que é impossível uma gratificação plena e indolor, assim, abdicou da satisfação imediata, que passou a dar lugar ao prazer adiado, restringido, porém garantido. Vê-se assim o grande acontecimento traumático no desenvolvimento do homem. Instintos reprimidos que devem ser constantemente reestabelecidos, para afirmar a supremacia da realidade sobre o prazer, o que indica que esta supervalorização do real não é segura e completa, pois, o que a civilização reprime e domina, continua existindo na própria civilização.
Com o objetivo de manter a ordem da sociedade e evitar distúrbios sérios, as perdas sofridas pelos seres humanos são compensadas economicamente, é o que afirma Freud. O motivo da sociedade ao modificar sua estrutura é econômico. Não há recursos suficientes para manter a vida de todos sem que haja trabalho por parte de cada um, sendo assim, as energias são voltadas para serem gastas com a labuta. A energia utilizada para o trabalho da civilização, nas teorias freudianas, é basicamente Eros, ou seja, extraída da sexualidade. A repressão desse instinto sexual poderoso aumenta a infelicidade do indivíduo.
O pensamento de Marcuse se distancia do de Freud, ou se aproxima para afirmar sua inversão a ele. Em Freud há uma repressão básica que atua na civilização; a interdependência entre o progresso na sociedade e a infelicidade no psiquismo do indivíduo, também ligados ao fato de os cidadãos negarem o individual, e desviarem suas energias aos objetivos coletivos. Enquanto em Marcuse o indivíduo é sacrificado. Pode-se denominar de mais-repressão, ela é adicionada ao processo de formação da civilização pelos interesses dominadores. Nessa civilização há uma falsa satisfação que acomoda o pensar e o agir, os interesses maiores geram o crescimento da manipulação e o controle da mente. As pessoas têm muitas coisas que as distraem de suas verdadeiras necessidades, quanto mais felizes, mais rendidas ao poder do sistema socioeconômico, sem ao menos perceberem.
A ideologia atual da produção e do consumo justifica a dominação sofrida pelos cidadãos. Há benefícios reais, porém vem juntamente com a repressão do todo. Com a abundância material, mobilidade e produção, o indivíduo paga com o sacrifício de seu tempo, sonhos e de sua liberdade, pois fica preso a uma falsa necessidade. Os bens e serviços que os controlam, petrificam suas faculdades (pensar, agir, questionar...). 

O ponto crucial é o de que as exigências da vida civilizada sufocam o indivíduo. Os reais desejos são deixados em segundo plano, isso gera perturbação e o consequente mal-estar da sociedade, contínuo e desumano. 

O uso inconsciente de eletricidade e o consequente prejuízo no bolso do consumidor

Está cada dia mais caro ter a vida iluminada pela energia elétrica no Paraná. A conta de energia elétrica se torna um tormento nos cálculos de final de mês dos londrinenses. Entre os meses de junho a setembro, para deixar a situação ainda pior, o frio é o grande vilão no bolso dos cidadãos. Contas de luz aumentam significativamente. São os costumes que, geralmente, não fazem parte do cotidiano veraneio dos moradores de Londrina. Os banhos passam a ser mais quentes e mais demorados. O uso de eletrodomésticos também cresce. São secadores, aquecedores, televisões que passam a ser mais utilizadas pelo fato de as pessoas permanecerem mais em casa nessa época, assim como as luzes que insistem em ficarem acessas. O resultado é o acréscimo no valor do que deve ser pago pela energia elétrica.

O uso inconsciente de equipamentos elétricos pode contribuir para valor alto da conta no final do mês, de acordo com o engenheiro eletricista Victor Sbizera. “É quase que inevitável o aumento na conta de luz do consumidor nessa época do ano. O que aconselhamos a fazer é verificar se os aparelhos eletrodomésticos não estão velhos demais e estão consumindo mais energia que o necessário. Isso acontece muito com aquecedores e freezers”, afirma Victor. O engenheiro diz que essa troca pode reduzir em mais de 30% o consumo de eletricidade de uma residência. Os aparelhos mais indicados são os que contêm no selo da Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica) a classificação “A”, que significa um baixo consumo de energia.
O depoimento de Isabela Rezende, manicure de 47 anos, confirma que é possível diminuir a conta de luz dessa forma, porém os gastos no inverno continuam acima da média anual. “Nós trocamos aqui em casa o ar condicionado e o chuveiro, esse quando queimou, e a conta de luz veio bem mais baixa que o que estávamos acostumados. Eu pagava R$550 e passei a gastar por volta de R$250 com o novo ar condicionado”.
Como reduzir os gastos
Há também outros conselhos fornecidos por especialistas no assunto, a fim de manter o conforto do cidadão e diminuir os gastos. Orienta-se que haja algumas trocas nos domicílios, como a instalação de lâmpadas fluorescentes que, apesar de custarem mais caro, gastam cerca de quarenta vezes menos energia que as incandescentes. Sabendo que, segundo uma tabela de tarifas residenciais da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em Londrina, o valor do kW/h é de R$ 0,4521, qualquer redução é significativa para o bolso do consumidor.

 O chuveiro é o campeão de consumo residencial e representa de 25% a 35% da conta de luz de uma família. Apesar de ser visto como o grande vilão dos gastos residenciais, o chuveiro elétrico é o produto mais eficiente em aproveitamento da energia elétrica, quando utilizado corretamente. A dona de casa Marlene Martins (53) conta que notou o aumento na conta de energia a cada inverno e procurou saber como poderia, ainda que não equiparar à conta do verão, diminuir o valor pago em relação às épocas mais quentes do ano. A solução que Marlene adotou em sua casa foi a compra de um novo chuveiro elétrico para sua casa e a sua correta instalação.  "O aparelho que compramos tem opções de temperaturas. Esse era um dos mais indicados porque possibilita a regulagem do seu uso em função da época do ano, sem a necessidade de gastar com uma potência maior para o inverno, quando se é verão". A escolha da dona de casa influenciou diretamente no valor pago pela conta da residência. Uma das explicações é pelo fato de Marlene poder adequar a temperatura ao clima do dia. Antes, Marlene utilizava o chuveiro com apenas duas opções de temperatura, com a chave no modo “inverno”, o acréscimo no consumo é de cerca de 30% com relação ao modo “verão”, o que influenciava na hora de pagar mais caro.

Para reduzir o preço da conta de energia é preciso educar-se. Muitas vezes a comodidade e o desconhecimento levam-nos a pagar mais caro e a desperdiçar recursos importantes. A mestranda em Biologia, Rafaela Macgnan, acredita que a rotina de uma família influencia muito na redução de gastos e na menor destruição dos recursos ambientais. “Para poder economizar mais é preciso prestar atenção nos nossos hábitos diários. Ligar o ar-condicionado a qualquer momento, deixar a luz acesa sem necessidade ou mesmo deixar o computador no modo ‘stand-by’ por muito tempo são atitudes que acarretam nos valores astronômicos que temos de pagar pelo uso de energia”, explicita Rafaela.

A estudante divide apartamento com uma amiga em Londrina e notou que setembro foi um mês de aumento na conta de energia, porém espera que em outubro, o preço seja diminuído. Setembro é cheio de mudanças, é fim de estação, o inverno vai embora e chega a primavera que traz consigo, além das flores, novas temperaturas. As mudanças climáticas são evidentes, e a consequente alteração no valor a se pagar também. Ao passo que no inverno economizamos com a conta de água, na primavera os cuidados devem ser redobrados. Com a temperatura mais amena, é frequente buscarmos água gelada na geladeira, assim como os ares-condicionados que passam a ter seu uso intensificado. “Nesta época do ano, é comum procurar a todo o momento por alimentos gelados. O congelador é muito mais utilizado. A gente sabe que ficar abrindo e fechando esses aparelhos eletrodomésticos a todo instante desperdiça energia e o valor da conta sobe. Isso acontece muito aqui em casa. Mesmo que eu e a menina que mora comigo tentamos nos controlar, nossos amigos ainda precisam ter essa consciência”, afirma Rafaela.

Com cuidados cotidianos simples e mudança de hábitos, é possível usar a eletricidade sem desperdício. O intuito não é deixar de usufruir de toda a comodidade que ela nos oferece, mas sim transformar nosso dia a dia para que utilizemos de maneira eficiente a energia. Com o fim dos dias frios, mudar a chave do chuveiro de posição e procurar tomar banhos mais rápidos, já são atitudes que fazem diferença para o bolso do consumidor. Evitar a instalação de aparelhos de ar-condicionado em locais expostos aos raios solares e manter as portas e janelas fechadas ao usá-lo também são formas de economizar. Colocar cortinas nas janelas onde o sol bate direto, e limpar periodicamente o filtro desses aparelhos, regulando seu termostato, faz que a vida útil do aparelho aumente e que, consequentemente, diminui o pagamento para a companhia de eletricidade do município.

Maior desenvolvimento, maior gasto
Depois de muito ser dificultado a adquirir eletrodomésticos, com a crise inflacionária no Brasil por volta de 1980, o consumidor brasileiro pôde enfim ter seu poder de compra estimulado. Se por um lado, antes, a crise dificultava o acesso ao crédito e desestimulava os investimentos, por outro lado, não fazia a conta de luz disparar. Com a implantação do Plano Real, em 1994, a economia voltou à estabilidade, com a inflação controlada o consumo de bens e serviços cresceu gradativamente, o que ocasionou, consequentemente, o aumento da demanda de energia elétrica.
O aumento do poder aquisitivo do brasileiro refletiu em um crescimento expressivo do consumo de bem duráveis e não duráveis, bem como proporcionou a acentuação do consumo de eletricidade. Estão entre os itens que vêm batendo recordes de vendas, as televisões, os videogames, máquinas de lavar, secadoras de roupa e notebooks, que são constantemente utilizados; o que acontece é o forte impacto em suas respectivas conta de luz.
Segundo pesquisa feita pela Revista Istoé, foi em 2001 que o sistema elétrico entrou em colapso por não suportar o aumento da demanda e o não aumento dos investimentos neste setor, desse fato é que surgiu o “apagão”. Nesse momento foi que o governo começou a incentivar a conscientização da sociedade, e pedir sua colaboração. Novos racionamentos de energia elétrica foram evitados, mas a população ainda precisa ser mais consciente. Sem planejamento adequado, além do custo da conta de luz que deve disparar, o país corre riscos de precisar estabelecer outros racionamentos.
O fato é que o consumo de energia elétrica nos países em desenvolvimento, como o Brasil, cresce anualmente oito vezes mais que nos países ditos desenvolvidos. Isso graças também à modernização da agricultura e à automatização das indústrias. O conselho que a maioria de especialista dá é para que os cidadãos evitem o uso indiscriminado de energia elétrica, para que crises não ocorram novamente, já que é mais fácil reeducar um consumidor, do que esperar a diminuição do uso de eletricidade por parte de grandes empresas que visam o lucro cada vez mais astronômico.




Isabela Secco 

Londrina é privilegiada culturalmente, cidade de recepção e propagação de arte

Evidentemente a arte e, consequentemente, a cultura sofrem várias alterações com o passar do tempo. As nações desenvolvidas que possuem uma grande tradição de cultura e arte, a Grega e Romana, por exemplo, sempre mudaram, ao correr das décadas, a forma de suas criações artísticas. Com as novidades que surgem, denominam-se as novas linguagens de contemporâneas, elas vêm de determinada região e levam certo tempo para serem aceitas internacionalmente. Com o advento dos mais eficientes meios de comunicação, a propagação das novas artes e a modificação da cultura acontecem com mais rapidez, assim como sua extinção. Com a globalização, esse fato é ainda mais intensificado, cultura se altera, é rapidamente dispersada e, inevitavelmente, passageira.
Hoje há muita flexibilidade nos gêneros e estilos que cada artista segue. A cultura é diversificada e tem espaço no cenário atual, diferentemente de épocas ditatoriais, em que tanto no contexto internacional, com nazistas, fascistas e comunistas que, no período em que exerciam o poder, obrigavam os artistas a exaltarem os governantes (Hitler e Stalin, por exemplo), quanto no período da ditadura brasileira, onde ocorreu a mesma repressão.
Atualmente o cenário cultural e artístico londrinense é significativamente bom quando comparado à média brasileira. Danillo Villa é artista plástico graduado na Universidade Estadual de Londrina (UEL), e comentou um pouco sobre sua visão da cultura da cidade. “Sempre pode ser melhor, em termos de investimento e mesmo percepção da população, por exemplo. Mas aqui nós temos iniciativas muito boas, como o festival de dança, festival de teatro, de música, de cinema, temos a divisão de artes plásticas da Universidade também. Contudo, as melhorias serão sempre recepcionadas com peito aberto”, afirma Danillo. Sedes próprias, equipe pública de fiscalização para visitas e vistorias do que está acontecendo nelas, e direcionamento de investimentos para quem trabalha com cultura de fato, são quesitos que Villa ainda acredita estarem em falta na cidade.
Em exposição por ele coordenada na Casa de Cultura da UEL, na divisão de artes plásticas, “Atrás, na frente, em cima, embaixo, entre", que reúne trabalhos de arte contemporânea, Danillo comentou da importância como um todo da cultura e, consequentemente, da arte para a população. “Esse espaço (Divisão de Artes) é um lugar coletivo, aberto aos mais diferentes públicos, e interessado nessa diversidade também. Funcionamos como um local de educação, trazendo gente que está produzindo e pensando, pessoas sensíveis com uma produção jovem, aproximando-as do cidadão local”. A Divisão, que é um dos principais centros de propagação e amostra de cultura relacionada às Artes Plásticas de Londrina, funciona como uma grande ferramenta para novos promotores artísticos. Em especial na exposição Atrás, na frente, em cima, embaixo, entre", estavam presentes expositores de diversos lugares do Brasil, como Alexandra Assumpção de Pelotas e Gabriela Vanzeto de São Paulo, o que reafirma o papel da sede como recinto que acolhe e divulga novos ingressantes do meio cultural. Para Danillo, o artista que, além de UEL, fez USP (Universidade de São Paulo) e Unicamp (Universidade de Campinas), Londrina está acima da média quando o assunto é cultura.
“A arte nos ajuda a estarmos juntos com ideias, sentimentos, sensações e pensamentos que nós ainda não sabemos nominar”, é o que afirma Paulo Miyada, arquiteto e urbanista pela FAUUSP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo), que desenvolve trabalhos práticos e teóricos sobre as representações audiovisuais das cidades, quando questionado sobre a necessidade da cultura para a população. Paulo acredita que a transmissão desse tipo de conhecimento acontece de forma viral, quanto maior o contato com o meio, as informações são cada vez mais agregadas ao seu universo e passam a fazer parte de suas vidas de forma intensa.
Com relação a Londrina, o arquiteto afirmou que a cidade, apesar de não ter sedes de grande escala, para multidões, os espaços oferecidos cumprem a proposta de propagação cultural há bastante tempo e, mais importante ainda, de forma contínua.  “Com certeza Londrina está em uma situação privilegiada. Se comparada a outras cidades, ou mesmo às capitais, é raro encontrar municípios que tenham se quer um espaço de vida cultural duradoura e diária”.

A consequência da modernidade no mundo artístico

Usando como apoio o texto “Ver o Invísivel – A Ética das Imagens”, de Nelson Brissac Peixoto, houve a análise sobre as consequências que os tempos modernos trazem para o mundo da arte. Para o autor, a modernidade perdeu seu caráter artístico ao ser somente um apanhado de imagens, plenamente descartável, ao contrário da pintura, da fotografia e do cinema.
Levando em consideração o novo caráter da arte, vamos de encontro com o principal mecanismo que acelerou essa tendência, que foi o surgimento da Indústria Cultural. O termo criado por Adorno e Horkheimer designava a arte capitalista, em que a máquina dessa sociedade, de reprodução e distribuição da cultura estaria apagando aos poucos tanto a arte erudita quanto a arte popular. Isso estaria acontecendo porque o valor crítico dessas duas formas artísticas é neutralizado por não permitir a participação intelectual dos seus espectadores.A arte seria tratada simplesmente como objeto de mercadoria, estando sujeita as leis de oferta e procura do mercado.
Vivemos no universo da sobreexposição e da obscenidade, saturado de clichês, onde a banalização e a descartabilidade das coisas e imagens foi levada ao extremo. Antes havia a construção de produções artísticas minimalistas e detalhadas, hoje há a rapidez e o excesso de imagens. Junto com o esgotamento de imagens clássicas, vê-se a tendência à abstração, o fim da capacidade de senso crítico e o comprometimento da ética.
Uma nova forma de arte surge: a pseudo-arte. Com a nova classe média e a grande demanda informacional, tornou-se necessário à cultura e a arte uma adaptação ao seu novo público e a produção em massa. A indústria cultural descaracterizou a arte, deixando de lado a sua verdadeira essência, daí aponta-se a falta de ética de seus produtores, principalmente no capitalismo, apenas interessados no valor econômico da arte. Como o sistema dominante necessita de lucro, a aceitação e a alienação massificada para a sua sobrevivência, transforma a cultura em mais um dos instrumentos do capitalismo.